boo-box

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Diário de uma doença II - A hora do diagnóstico

Antes de qualquer coisa, se alguém ler esse texto, só quero que saibam que esse é um diário para me recordar de tudo o que passei nesses últimos meses. Como alguns que acompanham o blog sabem, não o fiz com o intuito de alguém ler, mas pra exercitar minha capacidade de escrever e foi como uma válvula de escape pro falecimento do meu pai.

Continuando...

Após ter feito uma tomografia de emergência e ter descartado a possibilidade de estar com apendicite, até relaxei um pouco e resolvi esperar saí o resultado de todos os exames. No dia de pegar o resultado da endoscopia, isso já no dia 26/11/2017, o Delboni não encontrava meu exame de jeito nenhum. Fiquei meia hora esperando, buscar. Esse foi o início de uma sequência de erros (que vai ser contada em uma nova postagem).

Ser humano é um bicho besta e curioso, né? Pois lá fui eu abrir os resultados. Num deles (o resultado da biópsia), constava o termo "lesão ulcerada com formação de células atípicas". Nem precisei jogar no Google, pensei "células atípicas?", o negócio é mais sério do que eu pensava.

Voltei ao médico, no dia marcado para o retorno, para levar os exames. O doutor examinou primeiro a tomografia, mesmo porque ele não sabia que eu tinha voltado ao pronto socorro e feito a tomografia. Não viu nada de diferente, a não ser a gordura no fígado e duas hérnias de hiato (que eu já sabia que tinha). Ao analisar a endoscopia, leu o laudo normalmente (pode ser que todos os médicos, que eu tenha passado até hoje, sejam muito ruins, mas eu nunca tinha visto nenhum deles observar as imagens que vem na endoscopia), fechou o exame e em seguida pegou o resultado da biópsia e leu, releu e pegou a endoscopia novamente. Foi a primeira vez que vejo um médico observando as imagens de uma endoscopia.

Após pensar e reler mais uma vez, mostrou uma das imagens pra mim e me mostrou uma mancha branca, explicando "Tá vendo essa foto? Aqui é a saída do esôfago e, logo na entrada do estômago, tem essa lesão que não sabemos o que é. O próprio laboratório orientou que faça um novo estudo, em cima da lâmina da biópsia, para investigar a fundo do que se trata". Dito isso, me explicou que eu deveria voltar ao laboratório onde realizei a endoscopia e solicitar que fosse feito um exame imunohistoquímico na biópsia e, caso o laboratório não realizasse esse procedimento, teria que pedir a lâmina para encaminhar a um algum outro laboratório que fizesse o exame.

Corri para o laboratório e estava todo mundo tão perdido quanto eu. Se eu nunca havia ouvido falar no tal do imuno alguma coisa, eles pareciam conhecer menos ainda. Mas no fim, acabou tudo dando certo. Resultado ficou pronto no dia 10//12 e o retorno ao gastro estava marcado para dia 14.

No dia 14/12/2017, voltei ao médico com o resultado do imunohistoquímico em mãos. Quando ao abrir, o médico disse que, para ele, era algo novo que não conhecia. Após pesquisar, no que ele chamou de "Pai dos Burros", finalmente falou que estou com um tumor maligno, um "adenocarcinoma do tipo intestinal de Laurén". Claro que me assustei, mas meio que estava esperando por um resultado parecido (lembra das células atípicas?). Me encaminhou a fazer tratamento no Hospital A. C. Camargo e fez questão de me dar o número de seu telefone celular pra qualquer tipo de ajuda, documentação necessária, além de pedir pra eu mantê-lo informado sobre o meu estado de saúde. Mais uma vez, o médico me surpreendeu!

Na sequência, vou falar de uma série de coisas que começaram erradas, parecia até falta de sorte!

Valeu, pessoal! Ósculos e amplexos a todos!

Nenhum comentário:

Postar um comentário