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quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Textão chato - Diário de uma doença I

Antes de qualquer coisa, se alguém ler esse texto, só quero que saibam que é um diário, para me recordar de tudo o que passei nesses últimos meses. Como alguns que acompanham o blog sabem, não o fiz com o intuito de alguém ler, mas pra exercitar minha capacidade de escrever e foi como uma válvula de escape pro falecimento do meu pai.

No dia 26/10/2017, uma quinta-feira, fui com amigos ao Madero para jantar. Sempre comi bastante, tenho uma forma roliça (rs) e nos dias seguintes a essas orgias gastronômicas, me sentia estufado durante o dia inteiro. Dessa vez, não foi diferente. Só que o desconforto continuou na sexta, no sábado e, no domingo, ao ver que não tinha voltado ao normal, fui ao pronto socorro (claro que antes já tinha tentado algumas coisas como Luftal, sal de frutas, etc).

Dia 29/10/2017, levei o Michel ao metrô para que ele fosse trabalhar e segui pro pronto socorro do Hospital São Luiz, do Anália Franco. Era domingo de manhã, então estava bem vazio, fui atendido rapidamente. Fiz alguns exames (ultrassom do abdômen e alguns de sangue), mas os resultados não demonstraram nenhuma irregularidade grave, a não ser a minha esteatose hepática que já me acompanha há algum tempo. Me deram alta e receitaram Buscopan e Tylenol, de 6 em 6 horas.

Após ter tomado a terceira dose de Tylenol aquele dia, minha dor não tinha cessado e resolvi voltar ao hospital. Foi a maior confusão, pois "eu tinha que ter avisado que eu já tinha ido ao hospital naquele dia", mas o atendente nem mesmo olhou em minha cara para perguntar qualquer coisa. Simplesmente foi abrindo a ficha e só ao final perguntou o que eu estava sentindo. Enfim, fui atendido e a médica já me indicou que recebesse morfina na veia, mas não sem antes passar com um cardiologista, pra, pelo menos, excluir algum risco coronariano. Fez mais alguns exames de sangue e, após algum tempo, me liberou pra casa, recomendando que eu procurasse um gastroenterologista, para que fizesse uma pesquisa mais a fundo.

Consultei amigos sobre indicações de um bom gastro e consegui duas recomendações: uma da Lucineide e outra da Carol. Dei preferência pro da Lu, mas ele só tinha agenda para quase um mês depois e, ao ligar para a clínica do médico da Carol, já tinha agenda para a próxima semana. Não pensei duas vezes, agendei e fui pra consulta.

Num primeiro momento, expliquei tudo o que aconteceu e informei que doía o abdômen todo e não era uma dor intermitente, ela ia e vinha. Também disse que quando estive no pronto socorro, nas duas vezes, a dor era insuportável quando os médicos apalpavam meu baixo ventre, do lado direito. Logo, o gastro suspeitou de apendicite e solicitou que eu fizesse uma endoscopia e uma tomografia do abdômen (essa era mais urgente, assim que tivesse o resultado, era pra ter um jeito de levar pra ele). Não solicitou colonoscopia, num primeiro momento, pois, além de muito invasiva, não seria imprescindível para eliminar suas suspeitas. Ele pediu que, caso a dor voltasse, que eu fosse ao pronto socorro novamente e explicasse as suas suspeitas e pedisse pra fazer uma tomografia de urgência.

E foi exatamente o que aconteceu. Alguns dias depois, passei mal e voltei ao pronto socorro. Nunca passei tanta raiva naquele lugar. Fizeram mais exames de sangue e a tomografia. Eu estava com fome, frio, sede (não podia tomar água por conta da tomografia), sono e dor, e nada de sair os resultados dos meus exames. Passadas 4 horas na espera, fui questionar e falaram que faltavam alguns exames de sangue. Após uns 15 minutos (minha ficha era a única que estava numa pasta amarela e, durante esse tempo, vi a pasta andando pra lá e pra cá), a moça da recepção me chama e me encaminha para o setor de coleta. Adivinha? Teriam que coletar meu sangue de novo. Me recusei e falei que queria ir embora, que deixasse eu falar com o médico com apenas o que tinha resultado.

Ao falar com o médico, este pediu mil desculpas pelo ocorrido e que poderia acontecer com qualquer um, mas que alguns resultados eram importantes. Repeti que queria apenas ir embora pra minha casa e ele avaliou o que tinha em mãos. Falou que meu apêndice estava ligeiramente aumentado, mas isso podia ser apenas uma característica do meu corpo (assim como pessoas tem narizes ou orelhas maiores, por exemplo). Ele comentou da possibilidade de me internar, para ficar em observação e verificar a evolução da dor e me medicar, mais uma vez insisti que queria ir pra minha casa. Já sem dor, mas morrendo de raiva, ainda mais na hora de pagar o estacionamento, que ficou em, nada menos, que R$ 50,00.

Esse foi só o começo de uma saga... continua nos próximos dias!

Valeu, pessoal! Ósculos e amplexos a todos!

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